Sunday, April 29, 2007

Faz-me alguma confusão pensar que não tenho grandes certezas acerca de tudo o que faço no meu quotidiano e no entanto tenho sempre a sensação que as minhas acções vão sendo realizadas sob uma base bastante querente e concreta. Quando penso nisso apercebo-me da quão dormente vida que levo, mas ao mesmo tempo sinto uma certa incapacidade de pensar que será possível contrariar esta forma de agir e fico com a sensação de que serei sempre uma espécie de imitador que tem sonhos com a realidade. Acredito que um facto preponderante é o de ter desde cedo uma aprendizagem baseada em imitação e com imitadores, o que não responsabiliza ninguém mas apenas demonstra o carácter natural de um encadeamento. Creio que até aqui não há novidade, mas qual será a forma de contrariar isto? Depois de pensar um pouco e trincar umas unhas, penteio o cabelo de forma a estimular todo o meu crânio tentando descongestionar tudo o que pensei até agora e chego à irritante (porque me faz sentir limitado) conclusão que não existe forma de contrariar a forma, ou seja, posso ter frio, ter menos um braço, não ter uma parte do cérebro, ser psicótico e no entanto o processo de acção ser originado pelo mesmo inúmero e minucioso emaranhado de interacções físico-psiquicas que culminam sempre na mesma região cerebral, a qual não nos libertamos por inerência…pensamentos.

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