Tuesday, November 13, 2007

Liberdade?

Onde não existe querência há engano, ilusão sensorial e sensação de incapacidade. Como que a necessidade de compreensão fosse essencial a toda a manifesta intenção de viver. Viver a liberdade mental, o livre e espontâneo pensamento é algo que me surge como miragem, sem possibilidade de alcançar, impossível de mais para ser imaginado. A prisão dos processos mentais estabelecidos incapacita e torna incompreendido qualquer esforço no sentido da fuga.

Monday, November 5, 2007

Para quê ser isto ou aquilo...

Apesar de efectuar sempre um esforço de compreensão da realidade, as minhas vivências nem sempre me deixam fugir aos sentimentos.

Estou num momento em que estou a sentir isso. Os sentimentos estão a conseguir dominar a minha razão e de sorrateiramente vão pautando a minha condição emocional. Sinto-me só e triste. Não exageradamente, mas o suficiente para me deixar a pensar nisto. Penso e sinto, aponto algumas causas e formulo soluções, mas não sinto força para mudar.

Sempre fui assim, mas quero mudar. Não descobri ainda como o fazer e penso sempre nas incapacidades antes de esquematizar um plano… Não me apetece fazer nada para mudar, não me apetece sofrer as consequências e também não me apetece sentir o que sinto. Não sei o que fazer, mas faço sempre o mesmo, nada. Continuo o mesmo e sinto o mesmo. Interiorizo e cimento estes mecanismos, construo-me na impotência de mudar e torno-me em nada daquilo que desejo. Sou apenas….não sou nem aquilo nem aqueloutro, sou nada. Nada de jeito. Pareço um boneco que não se mexe e nunca é utilizado. Sou especial? Sou único? Sim, sou eu e todos…nisso sinto-me igual, já no resto sinto-me sempre inferior, apesar de reconhecer algumas qualidades e gostar de as possuir. Sempre inferior mas sempre na mesma, como que não existisse nada nesta vida que me fizesse mudar o sentimento que tenho por ela, nem que uma catástrofe ocorresse. Parece que a catástrofe já ocorreu dentro da minha cabeça por não viver, simplesmente estar…mas estar a fazer o quê? O que faço eu no meu dia á dia? Finjo ou sou? Sou e o quê? Ninguém sabe e eu também não…mas será que é necessário fazer sentido, será isso importante, ou é mas importante eu tornar-me num engatatão? Tornar-me feliz com outra pessoa e viver para o sentimento que isso me poderá proporcionar? Isso é ser feliz e consequentemente viver? Não será isso apenas mais uma estimulação mental que me leva á criação de “compreensões” mentais e que me proporcionam raciocínios agradáveis. Não sei, mas também não me interessa, mais vale a pena não pensar nisso agora porque tenho que me despreocupar novamente para ir dormir e simplesmente ignorar tudo o que senti antes de me deitar.

Gostava de ser....

Gostava de possuir um carácter forte e apresentar-me sempre com uma atitude confiante em relação a tudo. Nunca recear ou pensar que “não vou conseguir” ou formular mil e uma hipóteses de fracasso. Gostava não sentir fisicamente a ansiedade e os bloqueios que ela impõe no dia á dia e nas relações, a hiperactividade mental que apenas leva ao receio e ao tumulto e que não sabe o que é a paz e equilíbrio. Poder encarar tudo e todos com plena avontade e alegria, dispor de toda a liberdade mental para me “mostrar”. Conseguir tornar-me num ser sociável, sempre disposto a uma bela conversa e a conhecer mais uma pessoa nova, seja qual for o seu sexo ou idade. Libertar-me de sensações físicas que me fazem prender ao meu mundo interior, à minha solidão social, ao meu universo isolado. Gostava de o ser, de o sentir e de viver…